O desporto não tem idade e há um atleta que é prova disso

O desporto não tem idade e há um atleta que é prova disso


Bernardino Pereira, um atleta veterano de 83 anos é a prova viva de uma vida ativa, naquela que designamos como Idade Maior.
Não é um atleta convencional. Iniciou a vida desportiva depois dos 60 anos quando participou na prova de atletismo de S. Bartolomeu, em Cavez, Braga, tendo alcançado o 1º lugar, num momento que marcou o início de uma carreira desportiva e que trouxe consigo inúmeros prémios.

O atleta octogenário, residente em Queluz, respeita uma rotina matinal que o move num percurso regular de 12 km pela freguesia e que mantém ativa a sua dinâmica desportiva. Quem o vê nem sempre alcança a energia com que abraça a vida e o sentido que traz a uma idade que tantas vezes é associada a isolamento e solidão, por isso, afirma que “com o avançar da idade quem quiser ter saúde deve praticar desporto.”

Entre provas nacionais, europeias e mundiais onde marcou presença em países como os Estados Unidos, Dinamarca, Finlândia, Brasil e Espanha, já se distinguiu inúmeras vezes ganhando dezenas de medalhas de Ouro, Prata e Bronze, tendo em 2018 ganho o título de Atleta Europeu do Ano de fundo e meio fundo pela EMA – European Masters Athletics.
Em homenagem ao exemplo que é, a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, a sua terra natal, atribui-lhe em 2016 a Medalha de Prata de Mérito Público.

Bernardino, ainda que orgulhoso do seu percurso não se demora com as conquistas já alcançadas e relembra o motivo que o levou à prática regular de atletismo, uma cirurgia que lhe trouxe como forma de recuperação mais célere uma caminhada diária de 30 minutos. Durante as caminhadas o atleta, então paciente em recuperação, encontrava regularmente um grupo de corredores que o desafiaram a correr e não apenas a caminhar.

A convite do grupo cedeu à participação na Meia Maratona da Ponte 25 de Abril e começou a treinar com o grupo. O gosto ficou e nunca mais parou de correr. “Em muitas coisas da vida o que custa é começar”, afirma Bernardino Pereira quando relembra o início desta nova vida, após os 60 e diz ainda que encontrou no desporto uma forma de viver com qualidade e que não devem existir desculpas quando procuramos envelhecer de forma saudável e feliz.

Como veterano reconhece que existe um tratamento diferente entre os atletas desta categoria e os restantes, apelando à igualdade porque afirma que “correm os mesmos quilómetros, fazem o mesmo esforço e são os que mais medalhas trazem para Portugal.”

Sem limites, no futuro e apesar de considerar uma meta difícil de alcançar, gostava de participar nos jogos olímpicos.

Uma inspiração para os seus pares e para os mais jovens, Bernardino Pereira é um exemplo de coragem, resiliência. Com uma força mobilizadora capaz de o fazer alcançar metas que, aparentemente, não seriam expectáveis o atleta promete continuar a ser uma peão ativo no desporto local, nacional e desejamos que continue a dar cartas no panorama mundial.


O desporto não tem idade e há um atleta que é prova disso

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